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Os Certificados de Operações Estruturadas (COE) são produtos financeiros que combinam características de renda fixa e renda variável, prometendo uma alternativa interessante para investidores que buscam rentabilidade diferenciada. Mas será que o COE é um bom investimento? Ou será apenas uma estratégia dos bancos para atrair investidores desavisados?

Neste artigo, vamos explicar o que é COE, como ele funciona, seus prós e contras e os cuidados essenciais antes de investir. Vamos analisar por que, na maioria dos casos, o COE não é um bom investimento, mas também apontar situações em que ele pode valer a pena.


O que é COE?

O COE (Certificado de Operações Estruturadas) é um tipo de investimento que mistura renda fixa e renda variável em um único produto. Ele funciona como um “pacote” de ativos estruturado por bancos para oferecer um potencial de retorno maior do que a renda fixa tradicional, mas sem o mesmo nível de risco da bolsa de valores.

Na prática, o COE pode ter diferentes estratégias, combinando ativos como:

  • Índices de ações (ex: S&P 500, Ibovespa)
  • Moedas (dólar, euro)
  • Commodities (ouro, petróleo)
  • Fundos de investimento
  • Taxas de juros

Os bancos costumam vender COEs como uma alternativa de investimento para quem quer ganhar mais do que na renda fixa, mas sem correr o risco da renda variável. Mas será que isso é verdade?

O que é COE Saiba se esse tipo de investimento vale a pena - Infodoor - Gráfico de ações caindo no pregão
Imagem: Reprodução / wirestock on Freepik

Como funciona o investimento em COE?

Os COEs são emitidos por bancos e têm um prazo de vencimento determinado. Ao investir, o cliente adquire um “certificado” que segue uma estratégia pré-definida. No vencimento, o investidor pode receber o valor aplicado corrigido conforme o desempenho dos ativos envolvidos.

Existem dois tipos principais de COE:

  1. COE de capital protegido: No pior cenário, o investidor recebe de volta o valor investido, mas pode perder a chance de ganhar mais.
  2. COE de capital de risco: O investidor pode perder parte ou todo o capital investido, dependendo do desempenho do ativo atrelado.

Apesar de parecer uma boa alternativa, a estrutura desses produtos pode esconder armadilhas.


Quais são as vantagens do COE?

Mesmo que o COE tenha muitas desvantagens (que abordaremos a seguir), ele pode apresentar alguns pontos positivos, como:

1. Exposição a ativos internacionais

Muitos COEs permitem que o investidor tenha acesso a ativos estrangeiros sem precisar abrir conta no exterior.

2. Proteção parcial do capital

Nos COEs de capital protegido, o investidor tem a garantia de que não perderá dinheiro, desde que mantenha o investimento até o vencimento.

3. Simplicidade operacional

O COE é um produto estruturado pelo banco, o que significa que o investidor não precisa gerenciar múltiplos ativos por conta própria.

Esses benefícios, no entanto, podem não ser suficientes para justificar a aplicação nesse tipo de investimento.


Os riscos e desvantagens do COE

Agora chegamos ao ponto crítico: o COE realmente vale a pena? A resposta, na maioria dos casos, é não. Vamos entender por quê.

1. Baixa liquidez: você pode ficar preso no investimento

Diferente de ações ou até mesmo CDBs com liquidez diária, os COEs geralmente não podem ser resgatados antes do vencimento sem penalizações severas. Isso significa que, se precisar do dinheiro antes, o investidor pode ter prejuízo.

2. Taxas e spreads ocultos

Os bancos não cobram taxas explícitas pelo COE, mas embutem custos na estrutura do produto. Muitas vezes, a diferença entre o retorno que o banco obtém e o que o investidor recebe (spread) pode ser grande, reduzindo a atratividade do investimento.

3. Rentabilidade incerta

O grande problema do COE é que o potencial de ganhos pode ser menor do que parece. O banco define um teto para a rentabilidade, o que significa que, mesmo que o ativo subjacente tenha um desempenho excelente, o investidor pode receber um retorno limitado.

4. Ausência de dividendos

COEs que investem em ações não repassam os dividendos aos investidores. Isso pode fazer uma grande diferença no longo prazo, especialmente em ativos que pagam bons proventos.

5. Alternativas melhores no mercado

Muitos dos retornos prometidos pelos COEs podem ser obtidos com investimentos diretos em ações, ETFs ou até mesmo fundos multimercado, que oferecem liquidez, transparência e custos menores.


COE vale a pena? Casos raros em que pode ser interessante

Apesar das desvantagens, há algumas situações em que um COE pode fazer sentido:

  • Para investidores iniciantes que querem exposição a ativos internacionais, mas sem precisar abrir conta no exterior.
  • Para quem não quer correr o risco de perder dinheiro e aceita um ganho potencial limitado (COEs de capital protegido).
  • Quando o COE tem uma estrutura muito bem montada e sem custos ocultos, o que é raro.

Mesmo nesses casos, é fundamental comparar o COE com outras alternativas de investimento, como ETFs, fundos e até mesmo investimentos diretos na renda variável.


Cuidados antes de investir em COE

Se mesmo depois de conhecer as desvantagens do COE você ainda considerar investir, aqui estão alguns pontos essenciais para tomar uma decisão consciente:

1. Leia atentamente o regulamento

COEs são investimentos complexos, e o banco não costuma deixar claro todos os detalhes na hora da venda. Leia o regulamento e entenda exatamente como funciona a rentabilidade e os riscos.

2. Compare com outros investimentos

Antes de investir em um COE, compare com ETFs, fundos e ações individuais. Muitas vezes, a alternativa direta é mais rentável e tem menos custos.

3. Evite investir valores altos

Como o COE tem baixa liquidez e pode ter rentabilidade limitada, evite alocar uma grande parte do seu patrimônio nele.

4. Cuidado com a promessa de “ganhos sem risco”

Nenhum investimento oferece altos retornos sem riscos. Se o banco estiver prometendo um COE com “rentabilidade atrativa e segura”, desconfie.


Conclusão: COE não é o melhor investimento para a maioria das pessoas

O COE pode parecer interessante à primeira vista, mas, ao analisar os detalhes, fica claro que ele beneficia muito mais os bancos do que os investidores.

A baixa liquidez, os custos ocultos, a limitação de ganhos e a ausência de dividendos fazem com que existam alternativas mais eficientes e rentáveis no mercado.

Se você está buscando bons investimentos, considere ações, ETFs, fundos de investimentos ou mesmo uma boa renda fixa antes de optar por um COE. Apenas em casos muito específicos ele pode valer a pena — e, mesmo assim, com muita cautela.

Antes de investir, estude bem todas as opções e evite cair em armadilhas bancárias!

Redação Infodoor

Como fundador e editor do Infodoor.com.br, dedico-me a oferecer aos leitores conteúdos atualizados e relevantes sobre tecnologia, tutoriais, finanças e curiosidades. Nossa missão é manter você informado e atualizado, trazendo notícias e informações essenciais para o seu dia a dia.

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